Dr. Jorge Eduardo Costa Oliveira |
Jorge
Eduardo Costa Oliveira nasceu
na Casa do Bárrio, em Monsul (Póvoa de Lanhoso), em 17 de Outubro de 1933. Após
frequentar o ensino básico no baixo concelho povoense com uma tia sua que era
docente do ensino básico, completou em Braga os estudos liceais, vindo a
licenciar-se em economia em Lisboa, em 1957, no Instituto Superior de Ciências
Económicas e Financeiras, onde desenvolveu intensa actividade académica e
obteve a mais alta classificação do seu curso.
Foi
assistente daquele Instituto Superior, investigador da Junta de Investigação do
Ultramar, técnico e chefe de repartição dos Negócios Económicos do Ministério
do Ultramar.
Em Junho de
1961 foi nomeado Director Provincial de Economia de Angola, após o que, em
Dezembro de 1964, passou a sobraçar, no Governo daquele território, a pasta da
Economia e, em Setembro de 1969, a do Planeamento e Finanças, na qual se
manteve até Janeiro de 1973. Durante estes doze anos conheceu Angola o período
áureo do seu desenvolvimento, com os maiores índices de crescimento em África.
Regressado a Lisboa, foi inspector superior
nos ministérios do Ultramar e da Coordenação Interterritorial, cabendo-lhe o
acompanhamento da actuação dos delegados do governo e administradores por parte
do Estado das empresas concessionárias e de economia mista. Criado, em
Fevereiro do 1976, o Instituto para a Cooperação Económica, organismo sob a
tutela dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e das Finanças a que incumbia
a coordenação económica, financeira e empresarial com os países em vias de
desenvolvimento, foi nomeado membro da sua comissão instaladora e, uma vez
dotado o mesmo de orgânica própria, em 1980, presidente da sua direcção,
funções que viria a desempenhar durante doze anos, até à sua aposentação no
final de 1992. A partir de 1994, foi consultor do IPE, Investimentos e
Participações Empresariais, S. A., holding do Estado português.
É autor de
dezenas de obras e estudos sobre os países africanos de língua portuguesa,
designadamente:
“Aspectos de
um grande problema nacional (o equilíbrio demo-económico)”, 1954;
“Aspectos
Económico-Sociais da Ocupação Humana em Moçambique”, 1958;
“Alguns
Aspectos da Unidade Económica Nacional” (co-autor), 1960;
“Estudos de
Economia Ultramarina” (co-autor), volume n.° 47 do Centro de Estudos Políticos
e Sociais (JIU), 1960;
“Aplicação
de capitais nas Províncias Ultramarinas”, vol. n.° 50 do mesmo Centro, 1961;
“Economia de
Angola - Os Fundamentos da Política Económica”, 1965;
“Problemas
da Economia de Angola”, 1967;
“Economia de
Angola —Evolução e Perspectivas” (1962-69), 1970;
“Conjuntura
Económica de Angola”, 1970;
“Relatório
da Pasta da Economia”, obra em 4 volumes com 2264 páginas, editada entre 1970 e
1971;
“Servindo o
Futuro de Angola”, volume de 700 páginas publicado quando deixou este território;
“Textos
sobre Cooperação Económica” (co-autor), 1992;
“A Economia
de S. Tomé e Príncipe”, 1993;
“A
Cooperação Portuguesa", ISEG, 1995;
“Cooperação
de Portugal com os países africanos”, 1997;
Artigos
sobre as relações com os países africanos de língua portuguesa, de 1988 a 2001,
no “Economista”, Anuário da Economia Portuguesa, órgão da Ordem dos
Economistas.
As suas vivências em Angola estão vertidas no livro “Memórias de África” (2005).
As suas vivências em Angola estão vertidas no livro “Memórias de África” (2005).
É ainda
autor de um breve estudo intitulado “Verim e a Casa da Sarola de Baixo” (2001)
e de um trabalho sobre o baixo concelho povoense, “Monsul de Outros tempos”,
que se encontra no prelo.
É
Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1983), Grande-Oficial da Ordem
Militar de Cristo (1992), Grão-Cruz "Pró Mérito Melitensi” da Ordem
Soberana e Militar de Malta, classe especial, Grão-Cruz da Ordem da
Estrela da Bandeira da República da Jugoslávia, Grande-Oficial de Mérito das
Repúblicas da Itália, da Grécia e da Áustria, Fellow da International Banker
Association e membro da Sociedade de Geografia de Lisboa.
Faleceu em Sinta, onde habitava, a 19 de julho de 2016.
Faleceu em Sinta, onde habitava, a 19 de julho de 2016.
José Abílio Coelho