sábado, 25 de abril de 2020

JOÃO GOMES (1901-1968) - PROFESSOR E AUTARCA

PROF. JOÃO GOMES
Professor do ensino básico nas escolas da vila, João Gomes era pessoa bastante querida na sociedade povoense e, muito especialmente, dos seus muitos alunos.
Nasceu na freguesia bracarense de S. Pedro de Maximinos a 16 de dezembro de 1901, filho legítimo de António Gomes e de Teresa Fernandes, lavradores, ambos naturais da dita freguesia e, à época, residentes no lugar do Naia. Eram seus avós paternos Custódio Gomes e Josefa da Silva e maternos Manuel António Fernandes e Francisca Teresa Lopes.
Frequentou o ensino primário em Braga e, terminado este, entrou para os seminários da cidade que, com bom aproveitamento, frequentou durante vários anos. Dali saiu com o curso de Teologia completo. Decidiu, contudo, não se ordenar, entrando para a Escola Normal de Braga, que preparava professores do ensino básico, onde se diplomou com a classificação de dezanove valores, conforme se encontra documentado no seu diploma.
Habilitado para a lecionação, viria a ensinar, sucessivamente, nas escolas de Sobradelo da Goma (Póvoa de Lanhoso), Vilar de Maçada (Sabrosa), S. Martinho de Campo (Póvoa de Lanhoso) e, posteriormente, nas escolas da vila da Póvoa, primeiro na escola Conde de Ferreira, que existiu ao cimo do largo do Amparo e, após a sua inauguração, em outubro de 1940, na escola António Lopes. Daqui, numa fase já adiantada da carreira, partiria para Braga, onde lecionou nas escolas de Tenões e de S. João do Souto, tendo, nesta última, atingido a aposentação.
Em 1926, casou na igreja de Sobradelo da Goma (Póvoa de Lanhoso) com D. Maria Glória da Silva, dali natural, com quem teve seis filhos. Na vila da Póvoa, morou nas casas anexas às escolas em que lecionou. Coroando o seu exercício profissional como professor de primeiras letras, viria a ser‑lhe outorgada uma honraria pelo presidente da República.
Na Póvoa de Lanhoso, foi presidente da junta de freguesia, entre 2 de janeiro de 1938 e 2 de janeiro de 1941. Foi um homem ligado ao regime do Estado Novo, tendo sido comandante local da legião portuguesa.
O professor João Gomes faleceu em Braga, no dia 9 de agosto de 1968, tendo sido sepultado no cemitério daquela cidade.

José Abílio Coelho

LUÍS JOAQUIM LOPES MOREIRA (1933-2002) - Comandante dos Bombeiros e autarca

LUÍS JOAQUIM LOPES MOREIRA
Luís Joaquim Lopes Moreira nasceu na vila da Póvoa de Lanhoso, no dia 18 de agosto de 1933, filho de Manuel Oliveira Moreira e de D. Maria Rosa Lopes.
Na terra natal completou o ensino primário oficial, já na nova escola António Lopes, alguns anos antes estreada. Entre os seus colegas de es-  cola, destacaram‑se nomes como César Veloso, José Acácio Pereira Dias, José Rui Rebelo, Lino António de Macedo, Jesuíno Ribeiro, Lino Rebelo ou Hermano Lopes.
Em 14 de novembro de 1959, casaria com D. Maria Amélia Duarte Vieira, em Fontarcada. Do casamento nasceram sete filhos.
Em 1958 foi admitido como distribuidor dos CTT, começando por fazer o “giro” de Porto d’Ave. Algum tempo volvido assumiu a distribuição em Fontarcada para, logo depois, ser colocado na estação da Póvoa de Lanhoso. Deixou os correios em 1993.
Mas Luís Moreira não foi apenas funcionário dos CTT, foi bombeiro dedicado, admitido em 1952, seguindo o exemplo de seu pai, Manuel Moreira, um dos mais dedicados soldados da Paz que os bombeiros da Póvoa conheceram. Luís Moreira destacou‑se pela sua competência técnica e sobriedade de modos, facto que levou o então comandante João Abreu a escolhê‑lo para adjunto e, mais tarde, para segundo comandante. Com a saída de João Soares de Abreu, Luís Moreira ascendeu, naturalmente, ao comando da Corporação. Foi no dia 30 de agosto de 1983. Mas os bombeiros viviam nesse tempo pós‑revolucionário muita instabilidade. Descontente com alguma indisciplina que reinava no corpo ativo, Luís Moreira viria a pedir a sua demissão em 1985.
Foi secretário da comissão administrativa da junta de freguesia da Póvoa de Lanhoso (Nossa Senhora do Amparo) de 1974 a 1976.
Faleceu na sua vila natal no dia 3 de abril de 2002.

José Abílio Coelho

AUGUSTO DA CONCEIÇÃO TEIXEIRA DA MOTA (1868-1921) – Advogado, notário e administrador do concelho

DR. AUGUSTO TEIXEIRA DA MOTA

Augusto da Conceição Teixeira da Mota nasceu na paróquia de Santo Estêvão de Geraz, na Casa de Penedo, no dia 3 de julho de 1867, filho de João Caetano Carneiro de Sá e Mota, proprietário agrícola, e de sua mulher D. Joaquina Augusta Teixeira de Carvalho, ele natural de Geraz, ela de Santo André de Molares, concelho de Celorico de Basto; era neto paterno de José Carlos da Mota e de D. Francisca Carneiro de Sá, e materno de António Manuel Teixeira de Carvalho e de Ana Emília Teixeira de Carvalho. Teve por padrinho de batismo o seu irmão António Manuel Teixeira da Mota e por madrinha Nossa Senhora da Conceição, razão pela qual, anos mais tarde, passou a assinar-se como Augusto da Conceição[1].

Concluiu o curso jurídico no ano letivo 1894/95, na Universidade de Coimbra e estabeleceu consultório na Póvoa de Lanhoso, onde exerceu advocacia logo depois de se formar. Em março de 1903 e depois de alguns anos de espera por uma vaga, dado o facto de a profissão de advogado não ter então a necessária procura numa terra pequena como a Póvoa de Lanhoso, foi nomeado oficialmente notário nesta vila[2].

Nesta mesma década final do século XIX, foi presidente da câmara municipal deste concelho (mandato de 1896-1899) e, em maio de 1915, ocupou, durante alguns meses, o cargo de administrador do concelho[3].

Entretanto, em 3 de março de 1903, casou com D. Maria da Soledade Pinto Veloso da Mota, ela com 17 anos e ele com 35 anos. D. Maria da Soledade era natural da Póvoa de Lanhoso, onde nasceu a 25 de abril de 1886, tendo falecido em Braga, aos 87 anos, a 6 de junho de 1972. O casal teve vários filhos, a saber: Acácio da Cruz, Joaquina, Maria Rita, Beatriz dos Anjos, Adelaide da Anunciação e Leocádia da Soledade Teixeira da Mota. D. Maria Rita viria a casar com António Teixeira Ribeiro[4], ao passo que dona Joaquina casou com um irmão deste, o antigo provedor da Misericórdia e dono da quinta de Couço, Abílio Ernâni Teixeira Ribeiro.

Era irmão de D. Maria Rita Teixeira da Mota, de António Manuel Teixeira da Mota e do reverendo Domingos Teixeira da Mota, abade de Geraz do Minho.

O Dr. Augusto da Conceição faleceu na vila da Póvoa de Lanhoso, onde habitava, em 8 de janeiro de 1921[5].



[1] ADB, Paroquiais de Santo Estevão de Geraz – Batizados, 1849-1887, fls. 86v.-87.

[2] Jornal Maria da Fonte, de 1 de abril de 1900, P. 2; Jornal Maria da Fonte, de 7 de novembro de 1909, p. 2

[3] Jornal Maria da Fonte, de 9 de maio de 1915, p. 2.

[4] Jornal Maria da Fonte, de 12 de fevereiro de 1928, p. 2; idem, de 26 de fevereiro de 1928, p. 2

[5] Jornal Maria da Fonte, de 9 de janeiro de 1921, p. 2.