A
freguesia de Rendufinho, no Concelho da Póvoa de Lanhoso, é descrita em 1867,
pelo escritor e médico José Augusto Vieira como “terra fertilissima em produtos agrícolas e com a industria da creação
dos gados bastante desenvolvida”[1].
Foi
nesta bonita e harmoniosa aldeia rural minhota de Rendufinho que nasceu, em 25
de Maio de 1924, no lugar do Penedo, Acácio José da Silva, filho de António
Conde Rodrigues e Antónia Maria da Silva, neto paterno de António Conde
Rodrigues e de Antónia Antunes Rodrigues e neto materno Manuel Joaquim da Silva
e de Maria da Conceição Vieira[2].
Concluído
o grau escolar da instrução primária na sua freguesia, frequentou os Seminários
Arquidiocesanos de Braga.
Após
o seu percurso académico, com êxito, e, de discernimento na sua vocação
sacerdotal, viria a receber o Sacramento da Ordem, no dia 15 de Agosto de 1951,
na Sé de Braga, pelo então Arcebispo de Braga, Dom António Bento Martins
Júnior.
A
sua primeira missa realizou-se no dia 25 de Agosto de 1951, na Capela de Nossa
Senhora da Graça[3], no
lugar de Sobradelo da freguesia de Rendufinho.
Da
sua Missa Nova deixamos um pequeno relato: “Precisamente
às 12 horas chegou à dita capela (Capela de Nossa Senhora da Graça) o cortejo que acompanhou o Rev.mo P.e
Acácio desde a casa de seus tios lá ao fundo de Rendufinho, numa distância de 3
bons quilómetros, ao som da musica de Nasce, cânticos, vivas e flores. Todo o
povo se associou à festa, não só da freguesia, mas das vizinhas e de Oliveira,
residência dos pais do novo presbítero, atraído pelo fogo que desde a espera,
anunciava o grande acontecimento. Crença, devoção e alegria bem manifestadas
naquela boa gente por ver subir os degraus do Altar um filho querido da sua
terra, que quis engrandecer a sua freguesia preferindo-a a qualquer outra para
a sua Missa Nova”[4].
Ao longo do seu percurso sacerdotal e pastoral destacam-se as
seguintes nomeações, feitas pelos respectivos Prelados da Arquidiocese de
Braga:
1) 28
de Agosto de 1951 - Nomeado Pároco de Friande e Ajude, Póvoa de Lanhoso;
2)
30
de Julho de1953 - Nomeado Pároco S. Martinho de Monsul, Póvoa de Lanhoso e de
S. João de Rei;
3)
20
de Agosto de 1981 - Nomeado Pároco de Verim, Póvoa de Lanhoso;
4) 13
de Setembro de 1989 - Dispensado da Paroquialidade de Verim;
5) 05
de Agosto de1993 - Dispensado da paroquialidade de Monsul e S. João de Rei,
Póvoa de Lanhoso, a seu pedido, e por motivo de saúde[5].
Após
a dispensa da paroquialidade de Monsul, passou a residir no Lar de S. José, da
Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso.
O
Rev.mo Padre Acácio passou toda a sua vida no Concelho da Póvoa de Lanhoso.
O
seu percurso terreno foi de um autêntico testemunho indelével e entrega ao seu
semelhante, preenchido de alegria e simpatia contagiante.
Era
uma pessoa de trato fácil, de uma simplicidade extrema, cuja simpatia e o bom
humor eram das características que realçavam deste bondoso sacerdote. Por isso,
gozava de grande popularidade junto dos seus paroquianos, como em todo o
concelho da Póvoa de Lanhoso.
Faleceu
em 22 de Outubro de 1997. O seu funeral realizou-se na tarde do dia 23 de
Outubro de 1992, presidido pelo então Bispo Auxiliar de Braga, D. Carlos
Pinheiro, sendo sepultado no cemitério da freguesia de Monsul, concelho da
Póvoa de Lanhoso[6].
Sérgio
Machado
[1]
José Augusto Vieira, O Minho Pittoresco,
Tomo I, Livraria de António Maria Pereira, Lisboa, 1886, p.
499.
[2] Cf. Conservatória do Registo
Civil da Póvoa de Lanhoso, Livro de Registos de Nascimentos do ano 1924,
registo n.º 318.
[3] Sobre a capela de
Nossa Senhora da Graça vide o nosso, “Nótulas para a História da Capela de Nossa
Senhora da Graça de Sobradelo de Rendufinho – Parte I e II”, Jornal “Maria
da Fonte” de 14 e 28 de Novembro de 2014.
[4] Vide Jornal “Póvoa
de Lanhoso” de 1
de Setembro de 1951.
[5] Estes dados foram-nos facultados
pelos serviços centrais da Arquidiocese de Braga.