sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Feliciano Carlos Silva Vieira (1888-1977) - Aferidor do município, presidente da junta de Taíde, mesário da Misericórdia

Feliciano Carlos Silva Vieira (1888-1977) - Aferidor do município, presidente da junta de Taíde, mesário da Misericórdia

Feliciano Vieira era natural da freguesia de Taíde, concelho da Póvoa de Lanhoso, nasceu a 15 de junho de 1888, filho de António da Silva Vieira e de sua mulher Amélia Lucinda da Natividade, proprietários de terras no lugar de Quintela.
Fez a instrução primária na sua freguesia, seguindo depois para Braga onde frequentou o seminário, sem concluir os chamados “preparatórios”.
Ainda jovem, foi presidente da junta de Taíde e, em 1919 ocupava o cargo de regedor da mesma freguesia. Neste mesmo ano, encontrou colocação como ajudante na tesouraria da fazendo pública da Póvoa de Lanhoso. Em maio de 1927 foi nomeado por despacho do ministro da justiça como ajudante de escrivão para o tribunal da mesma comarca. Em meados da década de 1930 foi admitido como funcionário do município, com o cargo de aferidor de pesos e medidas, no qual se manteve por mais de duas décadas.
Em abril de 1930 foi admitido irmão da Misericórdia e Hospital António Lopes da Póvoa de Lanhoso, sendo vogal da sua mesa administrativa entre 1934 e 1944.
Faleceu, com 88 anos de idade, a 20 de janeiro de1977.

JAC

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

José Maria de Matos Cruz (1877-1968) - Ourives, mesário e benfeitor da Misericórdia

José Maria de Matos Cruz nasceu na freguesia de São Martinho de Travassos, concelho da Póvoa de Lanhoso, a 25 de agosto de 1877, filho legítimo de José Vieira, ourives de profissão, e de sua mulher Teresa Maria da Cruz, proprietária, ambos naturais de Travassos, em cujo lugar de Leiradela moravam, neto paterno de avô incógnito e de Josefa, viúva, e materno de José António da Cuz e de Antónia Laura[1].
De seu pai herdou a profissão, afazer que desde há vários séculos honrava a freguesia de Travassos através dos seus mestres ourives, que José Maria de Matos Cruz desempenhou por longos anos. Era também dono de um significativo conjunto de propriedades agrícolas, às quais foi juntando outras por si adquiridas e que o transformaram num dos grandes proprietários daquela aldeia, situada à margem esquerda do rio Ave.
Entre 1926 e 1942, foi dirigente da confraria de Nossa Senhora de Porto d’Ave e, na década de 1940, presidente da junta de freguesia de Travassos. Admitido irmão da Santa Casa em maio de 1930, viria a ser seu mesário entre julho de 1934 e 2 de janeiro de 1960, tornando-se num dos dirigentes que mais tempo se manteve em funções na mesa da irmandade. Fez, ao longo de vários anos, parte do conselho municipal em representação da Misericórdia.
Morreu em 12 de dezembro de 1968, aos 91 anos.

JAC



[1] ADB, Paroquiais de Travassos, Baptismos, 1862-1883, fls. 109v.-110.


domingo, 23 de dezembro de 2018

Manuel Duarte da Silva (1881-1965) - Barbeiro, decorador de festas e primeiro secretário da junta da Póvoa de Lanhoso




Manuel Duarte da Silva (1881-1965) - Barbeiro, decorador de festas e primeiro secretário da junta da Póvoa de Lanhoso


Nasceu no lugar de Fonte de Rei da freguesia de Lanhoso, concelho da Póvoa de Lanhoso, em 18 de novembro de 1881, filho legítimo de Severino Manuel da Silva, exposto da Roda da Póvoa e barbeiro de profissão, e de sua mulher, D. Teresa de Jesus de Carvalho, costureira. Era neto materno de Emílio Vicente Machado e de Antónia Rosa de Carvalho. Por ser filho de Severino, era popularmente conhecido como o “Manuel do Severino”.
Em 1 de agosto de 1910 casou com Sara das Boas Novas Leite, nascida em 18 de março de 1892. O casal passou então a residir no lugar do Horto. Foram pais de D. Maria Aurelina da Silva, que casou com António Pereira Neves; D. Ana Maria da Silva, casada com Albino José de Carvalho; D. Delmira Rosa da Silva, casada com Nicolau Martins Pereira depois de viúva de seu tio António Carlos da Silva, o "Labita"; D. Georgina Lina da Silva, casada com Carlindo de Oliveira e Silva; D. Sara Manuela da Silva e D. Arminda de Jesus da Silva, casada com Cristiano Oliveira e Silva, e também de Flávio da Silva, casado com D. Delfina Rosa Fernandes; Adriano Rosas da Silva, casado com D. Adília de Jesus Gaspar, e José Augusto da Silva, casado com D. Glória Gonçalves de Sousa.
Foi um importante profissional de barbearia, durante toda a sua vida, com estabelecimento no coração da vila da Póvoa. Na junta de freguesia, ocupou o lugar de tesoureiro durante o primeiro mandato (1930). Destacou-se também como decorador e iluminador de festas e romarias, quer nas muitas que nas décadas iniciais do século XX se realizavam na vila e freguesias do concelho, quer deslocam-se para decorar outras festividades, como a Feira da Ladra em Vieira do Minho ou o São Bento da Porta Aberta, em Terras de Bouro. Era um excelente construtor de aeróstatos ou balões de ar quente. Teve um filho, a quem na terra chamavam popularmente o "Zé da Sara", que lhe herdou a arte para estes balões, os quais fazia muitas vezes pelo São José.
Manuel Duarte da Silva viria a falecer na Póvoa de Lanhoso em 24 de novembro de 1965, aos 84 anos de idade.
Anote‑se que era o avô do atual presidente da câmara municipal da Póvoa de Lanhoso, Avelino Silva.

JAC

D. Maria Branca Pereira da Costa Martins (1893-1977) – Professora e benfeitora

Professora D. Maria Branca

D. Maria Branca Pereira da Costa Martins (1893-1977) – Professora e benfeitora

D. Maria Branca Pereira da Costa Martins nasceu na freguesia de S. João de Souto, concelho de Braga, no dia 8 de junho de 1893, filha legítima de Ernesto Pereira da Costa, proprietário naquela cidade, e de sua mulher D. Maria da Apresentação da Costa Arnoso, naturais, ele de S. Pedro de Maximinos, onde se receberam esposos, e ela de S. João de Souto, desta paroquianos e moradores na Rua do Anjo, bem no centro da cidade, próxima da igreja de Santa Cruz, do Hospital de S. Marcos e da Sé primacial; era neta paterna de Manuel Domingues Dias Pereira e D. Narcisa Emília da Costa Pereira, e materna de António José da Costa Arnoso e D. Narcisa Rita de Sousa Arnoso. Foi padrinho de batismo da menina o reverendo João de Deus da Silva Ferraz, abade de S. Martinho de Galegos, concelho de Barcelos, e madrinha Nossa Senhora a Branca, "tocando [a cabeça da menina] com a coroa de Nossa Senhora a Branca a avó paterna[1]. Embora no assento de batismo a criança apareça identificada apenas com o nome de Maria, é certo que o segundo nome, Branca, lhe adveio da madrinha escolhida, como à época acontecia quando os pais eram muito devotos de um Do seu casamento com o Dr. Adriano Vieira Martins teve 4 filhos, a saber:
1 - Jorge Pereira Martins (16/12/1928 - 14/11/1993). Casado com Maria Isabel de Oliveira Martins (08/11/1932). Tiveram: Luís de Oliveira Martins (28/05/1958); Fernando Jorge de Oliveira Martins (06/02/1960); Paulo de Oliveira Martins (06/12/1961); Maria Isabel de Oliveira Martins (09/10/1963); José Pedro de Oliveira Martins (08/04/1967).
2 - Corina Fernanda Pereira Martins (1/05/1921). Ficou solteira e sem filhos.
3 - Alípio Sérgio Pereira Martins (11/08/1922 - 28/12/1987) Foi casado com Ermelinda Amância Vasques Dourado Martins (20/06/1924 - 21/01/2016). Tiveram: Jorge Manuel Dourado Martins (19/06/1950); Maria Adriana Dourado Martins (21/05/1951); Maria Manuela Dourado Martins (03/06/1958).
4 - Maria Adriana Pereira Martins Cortez Marques (301/11/1932). Casou com José Maria Cortez Marques (29/02/1928 - 05/06/2014). Tiveram: Maria Alexandra Martins Cortez Marques (21/03/1961); Maria Clara Martins Cortez Marques Cruz (26/02/1963); Maria Teresa Martins Cortez Marques Graça (11/08/1965); Pedro Maria Pereira Martins Cortez Marques (20/03/1967); Nuno Maria Martins Cortez Marques (11/09/1969); Maria Margarida Martins Cortez Marques (13/10/1971).
Adriano Vieira Martins faleceu na Póvoa de Lanhoso em 15 de junho de 1937, deixando-a viúva aos 40 anos e com quatro filhos ainda por acabar de criar. As filhas ainda vivas recordam-na como “esposa, mãe e avó exemplar, e que soube sempre ocupar um lugar especial e de doação aos mais carecidos na aldeia de Fontarcada à qual se dedicou enquanto ali viveu como se fosse a sua terra natal”.
D. Maria Branca Pereira da Costa Martins faleceu em Maximinos, Braga, onde habitou com a filha Adriana Martins Cortez Marques os últimos anos da sua vida, em 19 de março de 1977.

José Abílio Coelho





[1] ADB, Livro de assentos de paroquiais de S. João de Sousa, Braga, misto nº 17, 18931894, fls. 25-25v.