Senhora da Casa das Quintães, na freguesia de
Oliveira, D. Marcelina Rosa Lopes foi uma grande benfeitora não apenas da sua
aldeia natal, mas também de muitos pobres das terras circunvi- zinhas que
protegia e apoiava. Todos os anos, pelo natal, mandava distribuir
significativas so- mas em dinheiro pelos presos das cadeias da Póvoa[1].
A expensas próprias mandou abrir, em 1915, a estrada
de acesso à sua freguesia natal, a partir da estrada nacional Póvoa-Cabeceiras.
Com uma extensão de vários quilómetros, esta via levava, numa primeira fase,
até junto da sua casa das Quintães, favorecendo-a nas muitas viagens que fazia
entre Braga, onde residia durante grande parte do ano, a sua casa[2].
Mas, favorecendo-se nas suas viagens, favoreceu da mesma forma todos os
habitantes de Oliveira, que passaram a ter um acesso condigno ao coração da
aldeia.
Anos mais tarde, dividiu com um seu irmão as despesas
da abertura da estrada de Passos.
Faleceu em Janeiro de 1933. O seu funeral, realizado
em Oliveira, foi um dos mais concorridos a que aquela freguesia já assistiu,
tendo estado presentes autoridades e personalidades do concelho e da
região: dr. Manuel Alexandre Pereira, Capitão Aristides Coimbra, dr. Adriano
Martins, Álvaro Ferreira Guimarães e Arlindo Lopes, Cirilo Ferreira da Cruz,
Gualdino Lopes, Manuel Inácio de Matos Vieira, Antenor de Almeida, Fortunato
Antunes e Armando Queirós, Manuel A. da Cruz e Silva, Manuel Vaz da Silva, Clemente
José Vieira, Lino Barbosa Pereira, Aureliano Dias de Oliveira e Cândido
Barbosa, Américo Rodrigues, Adelino António Ribeiro, Francisco de Sousa,
Jacinto Rebelo, João Fernandes, Cândido Miranda, Joaquim Gonçalves de Macedo,
Manuel Soares, Joaquim R. da Silva, Eduardo Albino Lopes, Adelino de Araújo e
Manuel Coelho de Oliveira, sendo a chave da urna, como era comum à época,
conduzida por pessoa da mais elevada condição social do concelho: o notário
público dr. José Luiz da Silva Júnior[3].
Não tendo filhos, à hora da morte favoreceu sobretudo
os seus sobrinhos: os doutores José Vieira Lopes, António Vieira Lopes e
Fernando Ribeiro. Era tia, também, do Dr. Abílio Campos, advogado casado com
uma sobrinha, o qual foi vice-presidente da câmara municipal da Póvoa de
Lanhoso em 1930-1931.
José Abílio Coelho