Luís Moreira nasceu na Vila da Póvoa de Lanhoso, no dia 18 de Agosto de 1933, filho de Manuel Oliveira Moreira e de Maria Rosa Lopes. Na terra natal completou o ensino primário oficial, já na nova escola António Lopes, alguns anos antes estreada. Entre os seus colegas de escolas, destacaram-se nomes como César Veloso, José Acácio Pereira Dias, José Rui Rebelo (Rui “21”), Lino Macedo, Jesuíno Ribeiro, Lino Rebelo ou Hermano Lopes.
Em 1958, os “Correios”, num processo de crescimento de serviços empurrado pelo boom da emigração para França, decidiu abrir vagas para carteiros no concelho. Em Porto d’Ave, o mais populoso lugar da freguesia de Taíde, o correio não era entregue a domicílio, mas através de uma casa comercial de que era proprietário César de Matos Cruz. O que, aliás, ocorria então na maioria das freguesias do concelho. Luís Joaquim Lopes Moreira foi um dos dois participantes no concurso de 1958, sendo integrado na empresa e colocado como distribuidor em Porto d’Ave.
Em 14 de Novembro de 1959, casaria com Maria Amélia Duarte Vieira, em Fontarcada. Do casamento nasceram sete filhos, seis dos quais ainda vivos.
Depois de ter feito “o giro” em Porto d’Ave durante alguns anos, e dado que a freguesia de Fontarcada solicitou, através da recolha de assinaturas dos seus habitantes, que ali fosse criado um novo giro de entrega postal, o que veio a acontecer, Luís Moreira pediu transferência para distribuidor nesta freguesia, argumentando que esta ficava mais perto da sua residência. Foi então colocado na estação da Póvoa de Lanhoso. Mais tarde, com a utilização de veículos motorizados para distribuição de correio, os “giros” tornaram-se mais rápidos e cada carteiro podia tomar a seu cargo áreas mais abrangentes. Luís Moreira passou a fazer a distribuição na freguesia de Galegos, vindo mais tarde, e durante muitos anos, a fazer o “giro” da Vila, o mais importante na carreira de qualquer distribuidor dos CTT. Deixou os “Correio” em 1993.
Mas Luís Moreira não foi apenas um excelente funcionário dos CTT, foi bombeiros dedicado, admitido na Corporação povoense em 1952, seguindo o exemplo de seu pai, Manuel Moreira, um dos mais dedicados soldados da Paz que os bombeiros da Póvoa conheceram. Luís Moreira, destacou-se pela sua competência técnica e sobriedade de modos, facto que levou o então comandante João Abreu a escolhê-lo para adjunto e, mais tarde, para segundo comandante. Com a saída de João Soares de Abreu (que passou ao quadro honorário), Luís Moreira ascendeu, naturalmente, ao comando da Corporação. Foi no dia 30 de Agosto de 1983. Mas os bombeiros viviam nesse tempo pós-revolucionário muita instabilidade. Descontente com a falta alguma indisciplina que reinava no corpo activo, Luís Joaquim Lopes Moreira viria a pedir a sua demissão em 1985. Apesar do curto período em que se manteve como comandante, Luís Moreira tornou-se, indubitavelmente, um dos grandes nomes da instituição.
Luís Joaquim Lopes Moreira faleceu na sua vila natal no dia 3 de Abril de 2002.
José Abílio Coelho