quarta-feira, 11 de maio de 2011

Luiz Pinto da Silva (1898-1965) - Mestre de Obras e Comandante dos Bombeiros

Nascimento: 16-11-1898, em Lanhoso, Póvoa de Lanhoso
Morte: 13-03-1965, em S. Pedro, Póvoa de Lanhoso
A capacidade de comando é uma mistura de estratégia e carácter.
Luiz Pinto da Silva foi o grande Comandante dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso. Ora mercê da estratégia que promoveu em 1937, juntamente com o Padre José Dias, na reactivação e reorganização dessa Associação Humanitária; ora por virtude do seu coração generoso e solidário, traduzido na cultura de voluntariado e capacidade de acção que implantou nos Bombeiros, onde criou uma “Escola de Homens” pela formação dos ”que dão a vida por vida, na feroz e desesperada batalha contra o fogo”.
Figura de imponente estatura física, sério e probo, que se impunha pelo respeito e estima que todos lhe retribuíam, culturalmente modesto mas com determinação empreendedora e ética de serviço pelo bem comum, Luiz Pinto salientou-se outrossim como exímio mestre-de-obras e eminente empresário. Prosseguindo a profissão de seu pai, António Pinto (mestre pedreiro, casado com D. Arminda da Silva), foi além da mera exploração da pedreira de Santa Eufémia e da sua escola de canteiros.
Fruto do seu excepcional dinamismo e das boas relações com o Poder político de então, alcandorou-se em cabouqueiro da construção civil povoense, dirigindo algumas das empreitadas emblemáticas levadas a cabo na vila de 1930 a 1965, como os actuais Paços do Concelho, sua obra-prima, a Estrada do Pilar, a Escola António Lopes ou, entre outras, a casa palaciana em S. Pedro (onde viria a fixar residência).
Por todo o seu labor e presença nestas Obras, Luiz Pinto converteu-se em Mestre e figura relevante da Póvoa no século xx. Mas o maior mérito alcançou-o como Alma e Comandante dos Bombeiros Voluntários, que com ele não apenas recuperaram de uma calamitosa extinção nos anos 30, como foram capazes de nas décadas seguintes atingir notável brilhantismo, força e grandeza ao serviço das suas gentes.
Os princípios que defendeu para os Bombeiros entroncam na entrega total aos outros. A exemplo dele próprio, motivava os seus operários, pedreiros e artistas, a serem os primeiros a acudir quando a sirena do velho Quartel, sito no Largo António Lopes, chamava estridentemente para o combate às chamas ou a defesa de pessoas em perigo.
Ainda hoje a Instituição, em guarda de honra perante o seu busto no Quartel Sede, faz jus à sua figura no dia 5 de Setembro para lembrar todos aqueles que serviram no Corpo Activo dos Bombeiros!
Fontes principais: “Monografia da Póvoa de Lanhoso, Nossa Senhora do Amparo: Jubileus - 1990”, págs. 479 a 483, 520 a 524, 561 a 566; “ Bombeiro Voluntários da Póvoa de Lanhoso – Sua Vida e Sua Lida”, 1994, págs151 a 155, ambas da autoria do Padre Manuel Magalhães dos Santos. Depoimentos de várias pessoas que conviveram com o biografado.

Rui Rebelo