Manuel Dílio da Silva foi grande benemérito da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso e da Santa Casa da Misericórdia.
Nascido no Brasil a 9 de Fevereiro de 1924, regressaria a Portugal com os pais, ainda jovem. Foi depois um grande industrial na terra onde, após do regresso do outro lado do Atlântico, viria a instalar-se: Santo Tirso.
Casou com D. Anita Guimarães Lopes, filha de Arlindo Lopes de sua esposa D. Maria Guimarães[1]. Com a esposa e os três filhos do casal, Manuel Dílio da Silva chegou a habitar temporariamente o palacete das Casas Novas, que ao casal coube por herança[2]. Pertenceu-lhes, também, o Theatro Clube. António Ferreira Lopes, fundador dos Bombeiros, instalou-os gratuitamente nos fundos daquela casa de espectáculos; legou-o a Arlindo António Lopes, com medo de que a Corporação desaparecesse, vistas as muitas crises que viveu no primeiro quartel da década de 1900. Em testamento, António Lopes deixou, como se disse, o Theatro ao sobrinho Arlindo, com a ressalva de, enquanto existissem, poderem os Bombeiros Voluntários usufruir do piso inferior, onde se encontravam instalados.
Na década de 1950, D. Anita Guimarães Lopes e Manuel Dílio da Silva, já donos do Theatro, que herdaram de Arlindo Lopes, cederam a sua ocupação integral, incluindo a sala de espectáculos, aos Bombeiros, por intervenção directa do seu grande amigo, o comerciante local Gualdino da Silva Lopes. Na década de oitenta, agora por intervenção de outro amigo, o engenheiro Albino Pinto da Silva, o casal fez aos Bombeiros a doação plena do edifício, o que permitiu àquela associação humanitária vendê-lo à Câmara quando deciciu construir o novo quartel na avenida da República. Também a Misericórdia beneficiou de várias e significativas doações do casal Dílio Silva e D. Anita Guimarães Lopes Silva.
Manuel Dílio da Silva faleceu na Póvoa de Varzim no dia 19 de Fevereiro de 2011.
José Abílio Coelho
[1] Arlindo Lopes era sobrinho do grande benemérito António Ferreira Lopes. D. Maria Guimarães Lopes, filha de Francisco Antunes de Oliveira Guimarães, que foi dono de uma casa bancária no Brasil e que, depois de regressar a Portugal, construiu em Santo Emilião a conhecida “Villa Beatriz”.
[2] Após a morte de António Lopes, o palacete por si construído pertenceu, por ter sido seu herdeiro, ao sobrinho Américo Lopes que, mais tarde, o vendeu ao irmão Arlindo. Pertenceu, depois, a Anita Guimarães Lopes e a seu marido Manuel Dílio da Silva. Na década de 1960, o palacete foi adquirido pela Santa Casa da Misericórdia que lá instalou o Lar de S. José.