Frequentou a escola primária da sua terra, fazendo exame de segundo grau em 1910. Em Outubro do mesmo ano, passou a frequentar o Seminário de Braga, tendo interrompido os seus estudos logo no primeiro ano devido ao encerramento desta escola. Em 1911 passou a frequentar o Liceu de Guimarães, onde, em 1916, concluiu o 5º ano liceal. Seguiu de novo para o seminário de Braga, onde estudou teologia, sendo ordenado sacerdote em Abril de 1923. Nesse mesmo mês celebrou a sua “missa nova” na paróquia natal.
Entre 1924 e 1929, foi pároco em Pedraire, Fafe, e de 1929 a 1931, paroquiou na freguesia de Armil, do mesmo concelho. Foi o principal impulsionador da construção da estrada Fafe-Armil-Jugueiros, a qual permitiu tirar a sua paróquia do isolamento ancestral em que se encontrava.
Em Agosto de 1931, foi nomeado pároco de Taíde e capelão do santuário de Nossa Senhora de Porto d’Ave, concelho da Póvoa de Lanhoso, onde permaneceu por quase meio século — desde Agosto de 1931 a Junho de 1980 — tendo resignado à paróquia e saído discretamente (despediu-se dos seus paroquianos por escrito), por se sentir cansado, passando então a viver na rua da Figueirinha, em Oeiras, junto do seu irmão Augusto.
Morreu em 21 de Novembro de 1987, tendo, por vontade expressa, vindo a enterrar no cemitério de Taíde, em campa rasa “e no meio do seu povo, que ele tanto amou”. Pelo seu próprio punho, e com o estuário do Tejo ao fundo, o padre José de Castro Torres escreveu, pouco antes de faleceu, o seu epitáfio, gravado na pedra da sua sepultura: Aqui Jaz o Rev. Padre José de Castro Torres pároco desta freguesia de Taíde e Capelão do Santuário de Nossa Senhora do Porto d’Ave durante 49 anos (1931-1980). (…). Rezai por ele”.
Entre as obras nas quais teve intervenção que o próprio mais destacava, contam-se a abertura do posto dos CTT, da estrada entre os lugares de Porto d’Ave e Quintela (década de 1950), bem como a que, atravessando terrenos legados pelo Dr. Francisco da Cruz Vieira e Brito, ligam o Santuário à estrada nacional. Destaque ainda para os esforços feitos, para a instalação naquela sua paróquia, das redes telefónica e elétrica. Lutou, ainda, pela instalação de uma escola do ensino básico em Quintela (que conseguiu), pelo abastecimento de água, pela criação de um posto da GNR e no projeto de construção de uma escola do ensino secundário — sendo esta última conseguida já após o seu auto-afastamento da freguesia. No seu plano, a escola do ensino secundário passava pela ocupação dos antigos “quarteis”, tendo, para o expor, chegado a encontrar-se com o presidente da República Américo Tomás.
Foi um assíduo colaborador do semanário “Póvoa de Lanhoso”, com a rúbrica intitulada “Ecos de Nossa Senhora do Porto”. De sua autoria, deixou um opúsculo sobre a inauguração do edifício dos correios de Porto d’Ave.
José Abílio Coelho
José Abílio Coelho
[1] Parte da informação contida neste resumo biográfico, foi-me fornecida pelo Dr. Augusto de Castro Torres, irmão do Padre José de Castro Torres, recentemente falecido.