Adriano Vieira Martins nasceu na freguesia de Fontarcada em 1875. Fez os “preparatórios” na cidade de Braga, seguindo depois para Coimbra em cuja universidade, em 1903, concluiu o curso de Medicina. Regressou à Póvoa de Lanhoso, onde passou a exercer a actividade clínica. Em 1910, foi o primeiro administrador republicano do concelho e também o primeiro presidente da Câmara pós-Monarquia. Líder local do Partido Republicano, foi um dos mais poderosos políticos povoenses durante os 16 anos que durou a I República, tendo sido, ao longo desse período presidente da câmara, administrador do concelho e presidente do senado municipal por várias vezes.
Foi médico e director clínico do Hospital António Lopes, e grande amigo do benemérito António Lopes.
Após o golpe de 28 de Maio de 1926, tornou-se simpatizante da Ditadura Militar e, por isso, conquistou desafectos e polémicas públicas, vindas especialmente daqueles que, nos 16 anos anteriores, foram seus correlegionários e amigos. Paixão Bastos e o também médico Dr. Custódio foram os que mais a mal lhe tomaram a “viragem”, e afrontaram-no vezes sem conta com críticas nos jornais. Adriano Martins viria, aliás, a tornar-se um dos protagonistas da primeira grande crise no interior da Misericórdia, envolvendo-se numa disputa nos jornais com outros médicos por causa do altíssimo ordenado de que auferia como director clínico do Hospital. Em consequência desta crise, um enormíssimo grupo de figuras da Póvoa prestou-lhe uma cerimónia de desagravo. Entre os que foram a Fontarcada prestar essa homenagem, estavam alguns dos protagonistas do futuro Estado Novo como Manuel José de Sá ou o Padre José António Dias.
Adriano Vieira Martins faleceu em 15 de Junho de 1937.
José Abílio Coelho