Francisco Antunes de Oliveira Guimarães, nasceu em Santo Emilião (Póvoa de Lanhoso), no seio de uma família de medianos proprietários agrícolas. Concluída a instrução primária, e a exemplo do que acontecia, então, com dezenas de milhar de outros jovens portugueses, partiu para o Brasil, com seu irmão Adolfo, onde se afirmou numa vida comercial de sucesso. Aos 18 anos, em parceria com Adolfo Guimarães, abriu uma casa de lotarias a que chamou “A Esquina da Sorte”. Anos depois, o irmão regressou já suficientemente remediado a Portugal, mas Francisco Guimarães escolheu ficar, transformando a casa de jogos numa casa bancária. Nos finais do século XIX voltou à terra natal, onde casou com D. Beatriz Freitas. Para ela começou a construir a belíssima Casa da Villa Beatriz (Santo Emilião), mas ficou viúvo antes de "0 castelo" ter ficado concluído, em 1904. Embora residindo a maior parte do ano em Portugal, Francisco Guimarães manteve os negócios no Brasil. Viúvo, voltaria a casar-se, desta vez com uma senhora da freguesia de S. Martinho de Campo, D. Rosa de Macedo. Teve vários filhos deste segundo casamento, tendo-se destacado, por terem emigrado e dado continuidade à casa bancária do pai no Rio de Janeiro, os irmãos David e Francisco Guimarães. Esta casa bancária seria, posteriormente, transformada no “Banco Irmãos Guimarães». Uma outra filha, casou com um dos sobrinhos do benemérito povoense António Ferreira Lopes, Arlindo Lopes, ligando ambas as famílias. Em 1931, Francisco Antunes de Oliveira Guimarães dotou a sua freguesia de Santo Emilião com uma belíssima e moderna escola primária, que equipou com os mais modernos materiais escolares. A sua benemerência alargou-se, contudo, a doações à maioria das instituições da Póvoa de Lanhoso. Foi Presidente da Câmara entre Dezembro de 1926 e 2 de Janeiro de 1928. Foi um dos testamenteiros de António Ferreira Lopes e, nessa qualidade, um dos fundadores da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso. Francisco Antunes de Oliveira Guimarães viria a falecer aos 78 anos, de broncopneumonia, pelas 23 horas do dia 8 de Maio de 1937.
José Abílio Coelho