sábado, 16 de abril de 2011

João Augusto Bastos (1901-1965) — Poeta.

João Augusto Lopes Bastos nasceu na Póvoa de Lanhoso a 26 de Agosto de 1901, filho de João Albino de Carvalho Bastos e de sua esposa D. Elvira Maria Lopes Bastos.
Concluída a instrução primária na sua vila natal, frequentou o Liceu Nacional de Braga onde não chegou a concluir estudos secundários. Demonstrou, contudo, desde muito jovem, enorme dom para as letras, não fosse ele filho e sobrinho de artistas e escritores: seu pai, João Bastos, era um bom músico e sua mãe, “Vivi”, uma excelente actriz de teatro. Também os seus tios Albino e Paixão Bastos, foram poetas e jornalistas considerados.
Não obstante a capacidade que demonstrava para a literatura, ontem, como hoje, ser profissional das Letras nunca deu grandes resultados económicos e João Augusto Lopes Bastos, recomendado pelo seu tio-avô, António Lopes, emigrou para o Brasil nos inícios da década de 1920, onde trabalhou como escriturário. Doente, foi obrigado a regressar a Portugal poucos anos depois. Na Póvoa, depois de regressar do Brasil, viria a apaixonar-se pela jovem Adelina Cândida Fernandes, com quem se casar-se em 1930. Desta união nasceram dois filhos: João Augusto Bastos (hoje coronel reformado do exército) e Anita Bastos Granja.
Pelos meados da década de 1930, fixou-se em Lisboa, onde se dedicou ao comércio e escreveu poesia e crónica, tendo participado em alguns dos mais consagrados prémios literários nacionais — conquistando grande parte deles. Foi distinguido com a Caravela de Ouro, do 1º Centenário de Viana do Castelo; Prémio Embaixador do Brasil, no Jogos Florais de Sintra; Prémio Embaixador de Espanha e do Ayuntamiento de Badajoz nos Jogos Florais Luso-Galaicos e Prémio de Poesia Lírica, nos Jogos Florais do Grupo Desportivo da CUF. Já após o seu falecimento, foi-lhe atribuído pelo Júri dos Jogos Florais de Leiria o título de “Príncipe dos Poetas”. Foi membro da célebre tertúlia “Tábua Rasa”, frequentada pela élite da poesia portuguesa, coloborou na Revista “A Charada”, órgão da “Tertúlia Edípica”, tendo sido, ainda, colaborador dos jornais locais “A Póvoa de Lanhoso” e “Maria da Fonte”.
Da sua produção literária destacam-se os livros “Sol” (1948), “Terras que Deus Abençoou” (1958) e “Fado Corrido”, editado já depois da sua morte pelos filhos. Em 1997, foi editado o livro “Inéditos de João Augusto Bastos”, volume organizado e prefaciado por José Abílio Coelho.
João Augusto Lopes Bastos viria a falecer na Parede no dia 8 de Dezembro de 1965.

José Abílio Coelho