Custódio António da Silva nasceu na freguesia de Friande, a 15 de Abril de 1897, tendo falecido na Póvoa de Lanhoso em 23 de Fevereiro de 1953. Era filho de José Maria da Silva e de sua mulher dona Maria Angelina Leite da Silva, ele natural de Vieira do Minho e ela de Friande, onde o casal habitava.
Licenciado em medicina, passou a exercer clínica na Vila da Póvoa, onde granjeou enorme prestígio profissional como médico e especialmente como humanista. Teve um filho de uma relação de juventude, que viria a falecer muito novo. Mais tarde, conheceu em Lisboa dona Sibilina de Jesus Torres da Costa (1913-1978), com quem viveu até ao fim dos seus dias. Durante alguns anos, morou numa pensão local; mais tarde, como a vida profissional lhe permitisse esse "luxo", especialmente a partir do momento em que passou a viver com dona Sibilina, alugou e morou na «Vila Aida», no lugar de São Pedro.
Foi um dos políticos mais aguerridos dos finais da I República. Foi presidente da Câmara entre 20 de Junho de 1929 e 24 de Janeiro de 1931, tendo-lhe cabido a tarefa de encomendar os primeiros projectos de urbanização para a vila da Póvoa, a pensar já nos melhoramentos que viriam a ser mais tarde introduzidos e que resultavam do legado de António Ferreira Lopes. Contudo, a partir de 1930, envolveu-se em grandes polémicas públicas, a primeira das quais teve como alvo o seu antigo correligionário e líder local do Partido Democrático, Dr. Adriano Martins, por causa do elevado salário que este auferia como médico da "Misericórdia e Hospital António Lopes".
Daí em diante viria a tornar-se num dos mais acérrimos opositores ao Estado Novo e aos seus representantes locais, tendo, por isso, sido perseguido e preso mais de uma vez. A memória oral conta sobre ele grandes façanhas, como a de, ao longo de algumas semanas, quando era procurado para ser detido pela PIDE, se ter escondido e dormido em jazigos de alguns cemitérios do concelho. Enquanto médico, ganhou a admiração do povo de todo o concelho, pela forma como tratava os doentes pobres, a quem não cobrava consulta e a quem ainda fornecia gratuitamente remédios.
Na década de 1990, o município atribuiu o seu nome a uma rua da Vila.
José Abílio Coelho