sábado, 16 de abril de 2011

José Cândido Sampaio Rebelo (1882-1969) - Escrivão-notário e dirigente associativo

Figura muito considerada no meio social e político povoense da primeira metade do século XX, José Cândido Sampaio Rebelo nasceu em S. Gens de Calvos a 15 de Fevereiro de 1882. Filho de Lino António Rebelo, que foi escrivão-notário na nossa vila, proveniente de Anissó-Vieira do Minho (dos proprietários José João Rebelo e D. Antónia Rita da Cruz Oliveira), e de D. Maria Victória de Sampaio Lobo, proveniente de S. Gens de Calvos (do casal Dr. João António Ferreira de Sampaio e D. Maria Angelina da Costa Lobo, por sua vez tios do botânico Gonçalo Sampaio).
José Cândido, que tinha como único irmão João Olímpio Sampaio Rebelo (armador, com estabelecimento aberto na nossa vila em Dezembro de 1900), exerceu as funções de escrivão de Direito e, ocasionalmente, de notário na Póvoa de Lanhoso. Na década de 20 participou em quase todas as principais iniciativas povoenses, pertencendo às comissões de fundadores da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, do processo de criação da respectiva Freguesia e da Santa Casa da Misericórdia, bem como à comissão de reorganização da Associação dos Bombeiros Voluntários. Nos princípios da década de 30 foi vereador da Câmara Municipal. Contemplado expressamente no testamento de António Ferreira Lopes, participou ainda em várias comissões de festejos do Município, nomeadamente as encarregadas de organizar a celebração dos aniversários do Hospital António Lopes.
Em 24 de Setembro de 1932 casou com Maria Angelina de Magalhães e Vasconcelos Chaves, da Casa da Pereira em S. Martinho de Dume. Residiu sempre na vivenda (em estilo chalé, de influência arquitectónica brasileira) que existiu junto à Igreja Paroquial da vila, na designada Quinta das Lourenças, que herdara dos pais, e na década de 40 ainda trabalhou no Grémio local.
 Em finais de 1948 foi viver para Braga, já aposentado, acompanhando os estudos dos seis filhos e assentando residência em S. Vicente. Encontrou colocação no Sindicato Nacional dos Operários da Construção Civil, onde foi chefe da secretaria durante alguns anos. Sempre saudoso da sua Póvoa, viria a falecer na Bracara Augusta em 3 de Abril de 1969.

Rui Rebelo