sábado, 16 de abril de 2011

Arlindo Lopes (1886-1947) — Benemérito e primeiro provedor da Misericórdia

Benemérito de quase todas as instituições povoenses do seu tempo, Arlindo António Lopes foi um dos “motores” da criação da Santa Casa da Misericórdia local, nascida para gerir o Hospital que o grande Benemérito e seu tio António Ferreira Lopes fundou e quis deixar de herança aos conterrâneos, nomeando-o seu principal testamenteiro. Arlindo António Lopes foi, pois, naturalmente, o homem escolhido, pelos seus pares, na fundação, para ser o primeiro provedor. Foi ainda, e ao longo de vários anos, presidente dos Bombeiros. Foi benemérito de quase todas as instituições da Póvoa de Lanhoso a quem dava regularmente excelentes ajudas. Ao SC Maria da Fonte ofereceu terreno para alargamento do campo dos Moinhos Novos. Aos pobres da terra, continuou a abrir as portas do Palacete das Casas Novas, quando ali morou com a família após o falecimento do tio Lopes de quem, nos últimos anos de vida deste, foi talvez o maior confidente.
Contudo, a terra apenas o integrou na toponímia há pouco mais de dez anos, atribuindo o seu nome a uma rua periférica, quando, o que ele merecia, era ter o nome numa das praças maiores.
Nascido na cidade do Rio de Janeiro a 14 de Maio de 1886, era filho de Emílio António Lopes  — irmão de António Ferreira Lopes — e de sua primeira esposa, a açoreana D. Maria Augusta Lopes. Cresceu no Brasil, quando o pai ali se encontrava emigrado, tendo regressado à Póvoa pelos trinta e dois anos de idade. Aqui conheceu D. Maria da Conceição Guimarães, filha do Senhor da Villa Beatriz, Francisco Antunes de Oliveira Guimarães, com quem viria a casar-se em 1922 e com a qual viria a ter cinco filhos: Arlindo, Maria Elvira, Fernando, Anita e Carmen Guimarães Lopes.
Foi, juntamente com os irmãos Américo, Óscar e Maria Elvira, um dos grandes herdeiros do tio António Lopes. Morou na “Casa do Eirado”, no centro da Vila, e mais tarde adquiriu ao irmão Américo o palacete das Casas Novas, onde viria a habitar alguns anos.
Para além da gestão dos seus negócios, foi um homem que, até à morte, se dedicou às causas da Póvoa, quer como dirigente, quer como benemérito. Foi um dos Lopes que não desmereceu o apelido e o exemplo do seu tio António Ferreira Lopes.
Arlindo António Lopes viria a falecer, numa clínica do Porto onde tinha sido internado de urgência por problemas cardíacos, no dia 14 de Dezembro de 1947.

José Abílio Coelho